terça-feira, 12 de junho de 2007

Elisabeth






"Ich halte den Fächer oder den Schirm vor mein Gesicht, damit der Tod ungestört arbeiten kann…" (Escondo a cara por trás do leque ou do guarda-sol, para que a Morte possa trabalhar sem perturbações) - retirado dos Diários da Imperatriz Sissi que serviram de inspiração para o Musical.

É possivelmente o mais famoso Musical do mundo que nunca esteve em cena seja na Broadway, seja no West End. O musical "Elisabeth" gira em torno da história da Imperatriz Elisabeth da Áustria, mais conhecida como Sissi. Escrito por Michael Kunze (reputado tradutor que fez as versões alemãs de musicais como O Fantasma da Ópera, Cats etc... e colaborador de Andrew Lloyd Webber) e Sylvester Levay (compositor de vários discos de Eurodance e compositor de bandas sonoras para diversos filmes de Hollywood, nomeadamente alguns de Spielberg), o musical "Elisabeth" mistura tons clássicos com jazz, e batidas modernas. A encenação varia de país para país, uns mantendo-se fiel à encenação de Viena, outros alterando completamente.

A história gira em torno da princesa Sissi desde os seus 15 anos. É nessa idade que ela nos é apresentada. E é nessa idade que trava conhecimento com "A Morte" representado por um eterno jovem sedutor, que se apaixona pela princesa e a devolve ao mundo dos vivos. Elisabeth cresce e conhece o Imperador Francisco José uma vez que a sua mãe era irmã da mãe do Imperador. Francisco José apaixona-se à primeira vista por Elisabeth e casam. Mas a vida de Sissi como Imperatriz está longe de ser um sonho. A Morte tenta constantemente fazê-la apaixonar-se por si, mas Sissi diz que "Ela pertence a si". Além disso, há também a Arquiduquesa Sofia, mãe do Imperador e verdadeira governante da Áustria, que tenta a todo o custo acorrentar a livre Sissi. O musical vai focando os pontos mais importantes da vida de Sissi desde a sua infelicidade junto a Francisco José, até à morte trágica do seu filho Rudolfo, Príncipe herdeiro. Sempre pelo meio está a Morte, controlando tudo e todos...menos Elisabeth, até que Sissi é assassinada e finalmente vai ter com ele.

O musical estreou a 3 de Setembro de 1992 em Viena e fechou em Janeiro de 1997 para reabrir novamente a 4 de Setembro do mesmo ano ficando até 25 de Abril de 1998. Em 2003 reabriu novamente em Viena tendo ficado até 4 de Dezembro de 2005. Esta última representação deu origem ao único DVD das produções europeias, que pode ser adquirido aqui.

Contudo outras produções existiram.

-Em 1996 a companhia Takarazuka (uma companhia de teatro composta só por mulheres, tradicional do Japão) encenou pela primeira vez o musical fora da Europa. Até hoje já foram feitas 5 versões Takarazuka do musical uma por cada trupe que existe dentro da companhia, sendo a 5ª versão um Revival feito pela trupe que estreou a produção em 1996. As versões Takarazuka, ao contrário das versões Japonesas normais (Toho), focam a historia mais na parte do amor e cortam muito da intriga politica.

- Também em 1996 estreia a primeira versão Húngara do musical, sendo depois posta em cena novamente em Janeiro de 2002 ficando um ano em cena. Uma nova produção está prevista para este Verão. A 30 de Setembro de 1999 estreia a versão Sueca e a 21 de Novembro do mesmo ano abre a produção Holandesa do musical que ficaria até Junho de 2001 em cena.

- A 22 de Março de 2001 estreia em Essen a versão Alemã do musical com musicas novas e algumas alterações ao texto de Viena, ficando em cena até Janeiro de 2003. Em Março de 2005 abriu uma nova versão em Stuttgart que fechou no final do ano passado.

- A 23 de Setembro de 2005 estreou também a produção Finlandesa do musical.

- Na Suíça o musical foi encenado não a titulo de espectáculo mas inserido num festival. Em Outubro de 2002 foi feito um Concerto do 10º Aniversário onde estiveram os actores de todas as produções de todo o mundo. Em Julho de 2004 foi também encenado um concerto em Itália metade em Italiano, metade em Alemão.

O Musical já foi visto por mais de 8 milhões de espectadores e os seus CDs e DVDs (todas as encenações Takarazuka estão em DVD) chegam sempre ao top de vendas dos países onde estreiam. O facto de não ter ido nunca para a Broadway ou West End, deve-se ao facto do Autor Michael Kunze não o permitir depois do "assassinato na tradução" cometido contra outro musical seu "Tanz der Vampire" (A Dança dos Vampiros) quando este estreou na Broadway pelas mãos de Michael Crawford (o primeiro Fantasma da Ópera).

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Música no Coração



Já estava para escrever este texto à um tempo, mas preferi esperar até ver tanto Anabela como Lúcia Moniz em Música no Coração. E como tive o prazer de estar na duo centésima representação do Musical e nesse dia, era Lúcia Moniz no papel da noviça Maria, juntou-se o útil ao agradável.
Fazendo a comparação: São 2 espectáculos que sendo semelhantes são completamente diferentes. Anabela é uma excelente Elisa Doolitle em "My Fair Lady" e uma inesquecível Beatriz Costa em "A Canção de Lisboa" mas, para mim, Lúcia Moniz é muito melhor no papel de Maria. Dá um ar mais jovem e inocente à personagem.
Gostei também mais da voz de Lúcia Moniz neste papel, pela simples razão que, a voz da Anabela, apesar de excepcional, é um bocado forte demais para o papel. Lúcia Moniz tem uma voz mais meiga e mais adequada para uma preceptora que tenta conquistar o coração de 7 diabretes.
Quanto às crianças, todas giríssimas, especialmente as que vi nos papeis da mais jovem irmã Von Trapp, a adorável Grettel, desempenhada pelas pequenas Neuza Campos e Graça Pereira.
Quanto a Carlos Quintas, Joel Branco, Helena Rocha e Vera Mónica, melhor não seria de esperar. Também de salientar as grandes cantoras de Ópera Lia Altavila, Helena Vieira e Helena Afonso, nos papeis das irmãs do Convento de Nonnberg.
Devo confessar que o personagem que eu achei talvez menos bem conseguida foi a de Rolf, o carteiro e namorado secreto da mais velha dos irmãos Von Trapp.
No que toca ao espectáculo de 3ª Feira foi especial, 1º porque foi a 200 representação, e 2º porque antes do espectáculo, houve a cerimónia de entrega da Medalha de Mérito da Cidade de Lisboa grau Ouro, a Filipe La Féria, uma homenagem mais que merecida e que provavelmente só pecou por tardia.
Agora é aguardar pela estreia da encenação de La Féria de "Jesus Cristo Superstar" de Andrew Lloyd Webber no Teatro Rivoli.
Até lá, sugiro que vão ver o Musical "Música no Coração". Vale mesmo a pena! (E eu sou daqueles que não suporta o filme nem um bocadinho.) Ah! E comprem o programa...custa 5€, ficam com uma lembrança engraçada e sempre ajuda o Teatro!
Para quem quiser rever os Musicais "Amália" ou "My Fair Lady", os respectivos DVD's estão à venda no Teatro Politeama.